Nos idos do ano de 2004 começamos a discutir algumas idéias sobre as formas de inclusão social que conhecíamos, o papel do Estado e a participação do cidadão neste processo. Chegamos à conclusão de que podemos, todos nós, produzir as ações para esta inclusão e sermos ao mesmo tempo o público alvo destas ações. Elegemos para isso a Arte e a Cultura como “meios” de fomentação e instrumentos para se atingir aquilo que chamamos de “vida sócio-cultural plena”.
Surge a questão de não só criar esses instrumentos para a inclusão sócio-cultural do cidadão, mas também plantar condições para que o mesmo possa usufruir destes benefícios, trazendo este aprendizado para o seu cotidiano, transformando sua vida e transmitindo isto como herança cultural a seus familiares, amigos, e beneficiando a sociedade como um todo.
Objetivando a percepção da identidade real do cidadão brasileiro, dos seus valores, do seu papel social e a consciência plena do que "é uma Nação", devemos levar em conta que nós vivemos num regime democrático de direito, sendo portanto um sistema favorável ao desenvolvimento e a prática destas idéias libertárias, onde a representatividade e a convivência com as igualdades e as diferenças devem ser regidas pela ética, honestidade e pelo bom senso.
Sabemos que este é um processo de uma vida inteira e não só de alguns momentos isolados, e que nós temos, enquanto cidadãos, as opções de somente reclamar ou de fazer algo que venha a contribuir para que esta inclusão social seja alcançada e mantida.
Então por que não desenvolver esta experiência na cidade de Cotia (SP)? E por que não em toda a região? E porque não deixar que esse sentimento, essa vontade de fazer “tudo valer a pena”, corra-mundo?
Chegamos, enfim, a um ponto comum:
“A miséria, inclusive a cultural, e a condição de abandono em que se encontra o brasileiro e o ser humano em geral - esse ser, por excelência, “social” - são realidades que justificam a emergência de uma luta por uma verdadeira inclusão social plena, bem como a promoção dos meios para perpetuá-la”.
Desta disparidade entre os ideais e o atraso em que nos encontramos, surgiu a indignação e nós resolvemos clamá-la de “Corre Cotia”!