quarta-feira, 19 de outubro de 2011

FANTASMAS (por Elizabeth Oliveira)

Olhando pra traz a menina vê com que valentia eles sobreviveram...
Guarda no peito os segredos das palavras perdidas,não ditas na hora certa, lembra do dia em que seus irmãos voltaram da escola com a cabeça raspada com navalha, lembra bem como eles se sentiram humilhados e infelizes...estavam com piolho e não eram "ninguém", não tinham ninguém por eles

Queriam qualquer cantinho na alma de alguém que já tinha partido e não estava ali pra defende-los...

Qualquer um resolvia que podia raspar suas cabeças, sabiam que ninguém ia protestar. Seguiam e sentiam o vazio do dia, ou da noite rasgando a madrugada, e quando a manhã chegava um sufoco se apoderava da menina, era insuportável não saber o que ia acontecer,...seu devaneio era incessante....

Todo aquele sentimento de solidão ficava insano e se chocava contra a razão...

Ser uma sobrevivente não era vantagem...

Ela queria ser cuidada e estava com pena dos irmãos com suas cabeças peladas, ela não entendia...

________Porque?
Era uma pergunta que ecoava em sua mente

________Ecoa até hoje.




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